Síntese biográfica do meu percurso em África durante a Guerra Colonial o0o Mobilizado como Furriel do QP, de 1965 a 1967 integrado na CArt 785/BArt786 formado no RAP-2, para prestar serviço na RMA – Angola, no Sub-Sector do Quitexe , Sector de Carmona, destacado na Fazenda Liberato, Fazenda S. Isabel e novamente Fazenda Liberato de onde regressei á Metrópole o0o Mobilizado como 2º Sarg. de 1968 a 1970, em rendição individual para RMA- Angola e colocado no GAC/NL em Nova Lisboa , Huambo, mais tarde transferido por troca, para Dinge em Cabinda integrado na CArt 2396/BArt 2849, formado no RAL.5, regressei no final da comissão a Nova Lisboa de onde parti para Lisboa, a bordo do paquete Vera Cruz onde viajei também na primeira comissão o0o Mobilizado como 1º Sarg. de 1972 a 1974 integrado na Cart3514, formada no RAL.3, para prestar serviço na RMA- Angola , no Sub-Sector de Gago Coutinho (Lumbala Nguimbo) província do Moxico, onde cumprimos 28 meses, em missão de protecção aos trabalhos de construção da “Grande Via do Leste” num troço da estrada Luso – Gago Coutinho – Neriquinha – Luiana. Regressei em 1974, alguns meses depois de Abril 1974, tal como na viagem de ida, a bordo dum Boeing 707 dos TAM,.

sábado, 28 de abril de 2012

3ª.PARTE - Cap.I - A minha terceira Comissão em Angola

Estava eu na minha Unidade nos Açores há pouco mais de um ano quando chegou à Secretaria a fatal nota do Estado-Maior do Exército, a nomear-me para mais uma Comissão. Uma péssima novidade para mim e para os meus familiares e com apenas uma coisa boa. A comissão para que estava nomeado era novamente para Angola, uma terra que já não era totalmente desconhecida. Tinha também a particularidade de estar nomeado para integrar os efectivos de uma Companhia Independente, a CArt 3514, também conhecida pelos “Panteras Negras”, cuja Unidade Mobilizadora era o RAL-3, sedeado em Évora.
Crachá da CArt 3514"Panteras Negras" 
Anexo aqui uma imagem do Crachá dessa minha Compamhia.   Por volta dos fins de Outubro chegou o dia da minha partida para a Metrópole e lá fui com a minha parca bagagem, que eram duas simples malas de camarote e um pequeno saco, acompanhado dos meus familiares até ao porto de Ponta Delgada, tendo embarcado no navio “Angra do Heroísmo” , com destino a Lisboa, onde tinha que me apresentar no DGA, na Calçada d’Ajuda, para me ser conferida requisição de transporte de comboio, da Estação Fluvial do Terreiro do Paço para o Barreiro e depois para Évora. Cheguei lá, e da minha futura Companhia ainda pouca gente existia: Não havia praças, nem sargentos e de oficiais apenas lá se encontravam o Comandante , os Aspirantes, futuros alferes Cmdts de GC, o1º.Sargento e mais  ninguém. Depois, foram chegando os  Cabos Milicianos, futuros Furrs. Cmdts. de Secção, os atiradores e, por fim,  os especialistas: condutores, mecânicos auto e de Armas Pesadas, socorristas, cozinheiros, Transmissões de Infª., Radiotelegrafistas, Escriturário, etc., etc..  Soube que houve uma tentativa de me desviar para uma outra Companhia, fazendo uma troca com um outro sargento das outras duas CArts, sob o pretexto de que os açorianos eram “mulas manhosas” e que eu estaria melhor noutra Companhia, que não a CArt 3514. Mas parece que a proposta não foi aceite pelo Comando , que teve o bom senso de não aceitá-la, tendo como que uma previsão do que viria a suceder mais tarde em que se viria a verificar que “ a pedra que os construtores rejeitaram,  se tornou a pedra angular”. Enfim, coisas passadas que, assim como as águas passadas, não fazem mover as azenhas. Depois de estar reunido no RAL-3 todo o pessoal dos efectivos da CArt 3514, iniciou-se a IE e por fim a IAO, numa zona dos arredores de Évora, chamada Valverde, nas proximidades de uma Herdade que lá havia. Nunca fui integrado no meu GC nesses exercícios, pois desde a minha chegada,  fui ligado às funções de auxiliar do 1º.Sargento e apenas me desloquei ao Acampamento uma ou duas vezes em missões de logística, acompanhando o Sargento de Alimentação.  
IAO-Valverde-Évora. Na foto,em cima:Arlindo Sousa, Barros,Monteiro,Marques,Raul Sousa e Ramalhosa;Em baixo.Carvalho,Duarte,Pereira, Soares e Medeiros
Aqui, anexo uma foto tirada durante a IAO em que estão representados alguns dos futuros fur.milºs. Em cima, Arlindo Sousa, Barros, Monteiro, Marques, Raul Sousa e Ramalhosa; em baixo: Carvalho, Duarte, Pereira, Soares e Medeiros. (Esta foto já é de todos conhecida, pois fui sacá-la ao Blogue da CArt 3514”Panteras Negras”e, se tiver de pagar “Copyright” por isso  não se acanhem !...) ;)  Em Dezembro de 71, fui eu  até aos Açores, passar o Natal, com a licença das Normas(licença de Mobilização), finda a qual regressei a Évora. Decorreu entre esta época e a Páscoa de 72 a instrução de Especialidades e IAO, com exercícios Finais e no Domingo de Páscoa tivemos a Parada para a entrega do Galhardete e Desfile de despedida e de seguida partimos de Évora para o Aeroporto Militar de Figo Maduro tendo , cerca da meia-noite, embarcando a bordo de um avião Boeing 707 dos TAM, com destino a Luanda, aonde chegámos após 9 horas de voo e que foi assim tão prolongado porque os países africanos que ficavam debaixo da rota directa e mais curta, não autorizavam a passagem de aeronaves portuguesas transportando militares para a guerra Colonial, o que obrigava a que a rota sobrevoasse  ao largo de África sobre águas internacionais, aumentando assim a extensão do percurso entre Lisboa e Luanda. Desembarcámos em Luanda, cerca das 09H00, com uma temperatura ambiente muito razoável, seguindo de imediato para o Grafanil, como era de necessária e indispensável tradição, para mim já repetida, mas inédita para o restante pessoal da Companhia.  
Capela do Embondeiro, no CM do Grafanil, dedicada a Nª.Srª.de Fátima
Introduzo aqui uma imagem do Campo Militar do Grafanil, que é considerada como um “ex-libris” daquela área. Por agora vou encerrar este “post” enviando cordiais saudações para todos os elementos da CArt 3514 e seus familiares, da CArt 785 e da CArt 2396, assim como para todos os eventuais visitantes deste Blogue, onde quer que se encontrem e se derem à paciência de o ler. Para todos, um até breve e um abraço do Camarada e Amigo,
Octávio Botelho